João
8.12
Falando
novamente ao povo, Jesus disse: Eu Sou a Luz do mundo. Quem
me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida.
Introdução
Talvez
se eu perguntasse as pessoas o que significa a palavra “trevas”, eu teria
distintas definições, como: escuridão, obscuridade, noite, pretume, alienação; se a pessoa for mais bíblica, ela dirá: inferno, hades, abismo, dor,
sofrimento; se a pessoa for filosófica, dirá: ignorância, superstição,
desconhecido; e se continuarmos, muitas outras definições virão. Olhando para
todas elas podemos notar uma coisa em comum. As trevas são algo muito ruim, em
alguma medida a representação do mal e da miséria humana. Penúria essa, que
temos que lidar no nosso dia a dia.
Ontem,
por exemplo, enquanto tomava o meu café da manhã, liguei a Tv e coloque na
GloboNews e estava passando a retrospectiva de 2017. As notícias se acumulavam
e todas as que eu vi eram de tragédias, eram de trevas. Queimadas na Europa,
imigrantes fugitivos, atentados terroristas, morte de 132 PMs do Rio, confronto
nas comunidades, e outras reportagem que manifestavam a realidade nesse mundo
em trevas.
Alguns
pensam que antigamente era melhor, tentando buscar na nostalgia a esperança
para caminhar. Olhemos para o tempo de Jesus. O povo era oprimido pelo império
romano (opressão política), os representantes do povo eram corruptos (Pilatos
não está preocupado com a justiça, mas com seu status), havia guerra entre
etnias (judeus e samaritanos), pessoas adoeciam, homens bons eram mortos (João
Batista), havia disputa religiosa (Gerizim ou Jerusalém), os líderes religiosos
eram egoístas. Se fizesse uma retrospectiva do período confundiríamos com a de
2017.
“Como
resolver isso?” é a pergunta que a humanidade tem feito. Alguns buscam em uma
estrutura política um meio de lançar luz nas trevas, buscam por um messias
político. Outros na ciência, com o avanço de ferramentas tecnológicas e
cientificas para resolver o problema do mal. Há ainda, os que buscam em
filosofias, em ideologias uma forma se lançar luz na obscuridade da nossa
realidade. Há também a religiosidade como lanterna para as trevas, pessoas
buscam no “sagrado” a solução. A nossa sociedade pós-moderna, vive um
movimento de busca de luz na religiosidade. Milhões são investidos em todas
essas frentes.
Vejo
nisso um movimento único. O homem é um ser religioso que busca a salvação de
sua miséria, e para isso devota a sua fé em algo que o possa salvar, na política, na ciência, nas ideologias, na religiosidade. Construindo assim ídolos para funcionar
como paliativo ou placebo da alma envolta na escuridão. Ou seja, tudo se resume
em um movimento religioso do homem.
Contexto da passagem
Só
que é em meio a esse contexto, que um homem se levanta e diz: Eu Sou a Luz do mundo. Quem me segue, nunca
andará em trevas, mas terá a luz da vida.
Era
dia da festa dos tabernáculos, ou seja, uma prática religiosa do povo judeu.
Havia um momento do rito da festa dos tabernáculos que eram acessas 4 grandes luminárias
no pátio feminino do Templo, para servir de lembrança da coluno de fogo no deserto que iluminava o caminho do povo. Nesse
momento Jesus fala, “Eu Sou a Luz do mundo”. A luz que dissipa as trevas não
está na religiosidade de vocês, mas em mim.
Jesus
é o messias prometido em Isaías 42.6-7: “Eu, o Senhor, o chamei para a justiça;
segurarei firme a sua mão. Eu o guardarei e farei de você um mediador para o povo
e uma luz para os gentios, para abrir os olhos aos cegos, para libertar da
prisão os cativos e para livrar do calabouço os que habitam na escuridão”. Jesus
veio nos libertar das trevas que vivemos.
Como
na promessa redentiva de Deus, por meio de Zacarias: “Então o SENHOR, o meu
Deus, virá com todos os seus santos. Naquele dia não haverá calor nem frio.
Será um dia único, um dia que o SENHOR conhece, no qual não haverá separação
entre dia e noite, porque, mesmo depois de anoitecer, haverá claridade” (Zc 14.5b-7).
Jesus é a luz que dissipa todas as trevas.
Mas como?
Em
primeiro lugar, afirmação de Jesus está baseada na sua autoridade. Os judeus
perguntavam quem o havia dado autoridade para fazer o que fazia ou o que
falava. A autoridade de Jesus vinha dele mesmo. Pois a luz atesta a sua própria
presença, ela não precisa de terceiros para fundamenta-la. Jesus deixa ainda
mais evidente sua autoridade quando lemos o contexto seguinte do empate de Jesus
com os fariseus, pois Ele abre os olhos de um cego de nascença (cap. 9).
A
ciência busca autoridade em dados empíricos, ideologia em conceitos, filosofia
em dedução ou na razão, mas Jesus é por si mesmo a autoridade, a Luz que
ilumina o mundo.
Segundo
lugar, Jesus é Deus que veio resgatar o ser humano das trevas. Na sua
afirmação, “Eu Sou a Luz do mundo”, Ele usa o termo que Deus utiliza para se
revelar a Moises, o EU SOU. Jesus é Deus encarnado, é o Emanuel, Deus conosco.
Jesus é luz do mundo, porque como em Genesis 1.2, Deus lança a luz sobre as
trevas, Jesus lança luz sobre as trevas da humanidade caída. Jesus veio salvar
o homem das trevas que o envolve. Só Deus pode nos resgatar da imundice do
nosso pecado, da escuridão de nossa alma, e fazer de nós uma nova criação.
E nós como ficamos?
Depois
da sua auto declaração de que Ele é Luz, Jesus fala que o efeito dessa iluminação
recai sobre aqueles que o seguem.
O
Evangelho de João no capítulo 3 verso 19, diz: “Este é o julgamento: a luz veio
ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras
eram más”.
Diante
de Jesus há os que o seguem e os que não. Há os que forma iluminados e os que
preferiam continuar nas trevas.
Implicações práticas de Jesus ser a
luz do mundo:
1.
Isso implica em revelação das nossas obras
obscuras. Quando Jesus lança sua luz sobre nossa vida, podemos ver com clareza o
quanto somos homens e mulheres das sombras. A conscientização disso deve nos
levar ao arrependimento, para nos tornamos filhos de luz. Se o Espírito Santo
está tocando em seu coração e revelando a ação da graça de Deus, em vir a esse
mundo de trevas para te salvar, você deve se arrepender. Pois só é salvo do
fundo do poço, aquele que tem consciência que está nele.
2.
Jesus quando vem ao mundo é para revelar
que Deus é e seu amor por nós. Como isso somos chamados a estar nele e
desfrutarmos do amor do Pai. Por meio de Jesus temos acesso a Deus. Por meio
dEle nos relacionamos com Deus. Não é a religiosidade do templo, mas Cristo
Jesus.
3.
Quando Jesus ilumina o mundo, é para
mostrar um caminho a ser seguido. João em sua primeira carta, diz: “Se, porém,
andarmos na luz, como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue
de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1Jo 1.7). Em Jesus temos o
modelo de como ser luz nesse mundo de trevas.
Soli Deo gloria!
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