sábado, 19 de setembro de 2015

Introdução ao Novo Testamento

Introdução ao Novo Testamento
O Novo Testamento é composto por 27 livros inspirados por Deus, que foram escritos em um período de aproximadamente 50 anos. Esse estudo pretende fazer uma breve introdução ao estudo desse conjunto de livros, estudando o contexto politico, histórico, social e religioso da época tendo em vista uma melhor abordagem interpretativa do livro.
Contexto Histórico e Político.
O Novo Testamento foi escrito num período muito significativo da história antiga, período do poderoso império romano. O império era dividido em províncias, que por muitas das vezes eram governadas por pessoas da própria região. É o caso da Palestina, que estava sob o comando de Herodes, o Grande, que governou de 37 a 4 a.C., que segundo Gundry (2008, p. 40), era um “indivíduo astuto, invejoso e cruel, Herodes assassinou duas de suas esposas e pelo menos três de seus próprios filhos”. Mas apesar de sua crueldade, ele era um hábil governador, que tanto sabia agradar a Roma, quanto seus súditos.
Mas a habilidade governamental não continuou com seus filhos, e seu governo foi divido entre eles. Arquelau ficou governado a Judéia, Samaria e Iduméia, que no futuro, devido a revoltas locais, perdeu seu trono para um governador romano, Pilatos, que teve papel central no julgamento de Jesus; Herodes Filipe ficou com a Ituréia, Traconite, Gaulanite, Auranite e Batanéia; e Herodes Antipas na Galiléia e na Peréia. É Herodes Antipas que tem mais destaque nos Evangelhos, pois foi ele que João Batista repreendeu por casar com a mulher de seu irmão (Lc 3.19), foi ele quem matou João Batista depois de seduzido pela filha de Herodias (Mt 14.6-10), foi ele que Jesus chamou de “raposa” (Lc 13.32), e foi a ele que Pilatos envia Jesus para ser julgado, mas ele mando-o de volta a Pilatos (Lc 23.7-11).
Depois do período em que ocorrem as narrativas dos Evangelhos, outro fato histórico importante no período do Novo Testamento é a destruição de Jerusalém.
O povo judeu sempre esteve em tensão com o governo romano, devido principalmente pela religião politeísta romana e as altas taxas de impostos. Quando o governador da Judeia Gessius Florus espoliou o tesouro do Templo, isso foi a “gota d’agua” para o início da revolta, que durou de 66-74 d.C.. O general Vespasiano fica encarregado de dar fim a revolta, mas como hábil comandante ele dominou os arredores da cidade e aguardou um momento oportuno para marchar sobre Jerusalém. Mas antes de Vespasiano entrar na cidade ele retorna a Roma para assumir o império no lugar Nero, que havia se suicidado. Seu filho, o general Tito, ficou com a tarefa de resolver o conflito. No ano 70 d.C., Tito invade a cidade e destrói o templo, não deixando pedra sobre pedra, como Jesus havia profetizado (Mt 24.2; Lc 21.6).
O que restou dos revoltosos fugiu para Massada, uma fortaleza construída por Herodes, o Grande. Depois de muita resistência os revoltosos sucumbem, como narra Moretti, citando Flávio Josefo (p. 46):
Não havendo saída, o líder Eleazar Bem Yair, chamou seus fiéis soldados e discursou: “Antes morrer do que ser escravizados por inimigos. Livres, deixaremos este mundo”. Durante a noite, 960 homens, mulheres e crianças deram cabo de suas vidas. Num abraço derradeiro, pais de família matavam esposas e filhos afio de espada. Após o que, dez homens foram escolhidos por sorteio para chacinar seus bravos companheiros de luta. O último soldado pôs fogo no palácio e matou-se com a própria espada.¹

Com o fim da revolta, cessou também os sacrifícios, pois não existe mais Templo. Outra revolta tenta ganhar corpo no ano de 135 d.C., logo sendo abafada pelo império romano. Com isso, chega ao fim qualquer ideia de um estado judaico.
Cenário religioso.
O cenário religioso do Novo Testamento é bastante sincrético. Havia a religiosidade greco/romana, que era composta por inúmeros deuses. E cada cidade romana tinha um deus, era uma espécie de “padroeiro” local. Um exemplo disso era a cidade de Corinto, cidade que o apostolo Paulo endereça duas de suas cartas, que tinha como religião principal a adoração a deusa Afrodite,² deusa da sexualidade.
Mas apesar da sociedade romana ter os seus meios de culto e seus deuses, eles não impediam os povos dominados de manterem suas práticas religiosas. A única coisa que era proibido, era o surgimento de uma nova religião. O cristianismo não foi perseguido em seu nascimento, porque acreditava-se que era mais uma forma de ramificação do judaísmo. Quando o governo percebeu que tratava-se de uma nova religião o cristianismo começou a ser perseguido.
Essas ramificações do judaísmo são de interesse para o estudante do Novo Testamento, pois muitas delas são mencionadas nos Evangelhos. Os principais partidos do judaísmo podem ser divididos em: Saduceus, Zelotes, Essênios, Herodianos e Fariseus.
Saduceus – Este era o grupo da nobreza judaica. Era um grupo que tinha o controle do Templo e do Sinédrio Judaico (tribunal encarregado das questões da religião judaica). Eram fundamentalista com relação a Lei, sendo extremamente literais quanto a letra da Lei. O sumo sacerdote era sempre o líder deste grupo.³ Quanto as suas crenças, Gundry nos diz: “Não acreditavam na preordenação divina, em anjos, em espíritos, na imortalidade da alma e na ressurreição”.
Zelotes – Eram um grupo de revolucionários que tinham o seu interesse na independência da nação judaica. Foram os zelotes os principais lideres da revolta contra o governador Florus, que havia roubado o Templo. Revolta essa que termina com a destruição do Templo e a morte de milhares de judeus, como citado anteriormente. Pelo menos um dos apóstolos foi zelote, Simão, o zelote (Lc. 6.15). A visão que esse grupo tinha do messias, era a de um grande guerreiro como foi o rei Davi. Provavelmente foi esse grupo que tentou fazer Jesus rei (Jo 6.10-15). E uma das perguntas de Pilatos a Jesus era se Ele era o rei dos judeus (Lc 23.3).
Essênios – Era um grupo extremamente conservador e observador da lei judaica. Por acreditarem que a sociedade da época estava corrompida, o grupo se retirou para formar comunidades monásticas até o retorno do messias. Viviam de uma maneira muito simples, próximo ao Mar Morto. Alguns eruditos acreditam que os manuscritos de Cunrã fazia parte da biblioteca desse grupo.
Herodianos – Era um grupo muito influente na Galileia e redondezas. Tratava-se de judeus que defendiam a dinastia dos Herodes. Segundo Hale (2001, p.20), “eles baseavam suas esperanças nacionais nessa família e olhavam para ela com respeito ao cumprimento das profecias acerca do Messias”. No Evangelho de Marcos eles conspiram com os fariseus para matarem Jesus (Mc 3.6).
Fariseus – Era o grupo mais destacado daquele tempo. Também o grupo que mais é mencionado nos escritos do Novo Testamento. O seu surgimento é incerto, mas a maioria dos estudiosos defendem que os fariseus são um desdobramento do movimento hasidin (grupo piedoso do 2º século a.C), que teve seu início com Esdras. Em essência, era um grupo separatista e exclusivista judaico (só judeus era o povo de Deus), leal a tradição dos pais e a tradição oral, diferentemente dos saduceus, literalistas. Foram muito resistentes com a helenização da cultura judaica, mantendo vivo a língua hebraica e os costumes ligados a tradição bíblica.
Os fariseus também foram os grandes teólogos de seu tempo. Tendo em vista a manutenção da tradição dos pais, eles estudavam as Escrituras (Antigo Testamento) para encontrar respostas para as influência das novas religiões greco/romanas. Foi nesse período que temas como: anjos, ressurreição, demônios e esperança messiânica foram desenvolvidos.  
Eles controlavam as sinagogas e as interpretações bíblicas de sua época. E devido a tal influência e interpretações extremamente rígidas, muitos judeus eram oprimidos por tais lideres. Esses fardos pesados que os fariseus colocavam sobre o povo foi duramente criticado por Jesus (Mt 23.4).
Vale também destacar que de todos esses grupos, os fariseus foi o único grupo que sobreviveu a guerra judaico/romana. Mantendo assim um remanescente da cultura judaica.
  Cânon do Novo Testamento.
O conjunto de livros que forma o Novo Testamento não caiu do céu no formato que tem hoje nas Bíblias. Eles foram um processo histórico que levou alguns anos para ser estabelecidos como canônicos. Como diz Hale (2001, p. 29), “quando Paulo escreve a Timóteo, dizendo que “toda Escritura é divinamente inspirada...” (II Tim. 3.16), ele não tinha em mente o nosso Novo Testamento”.
Muitos outros escritos do primeiro século concorreram para serem considerados inspirados por Deus. Mas, por que foram descartados e os atuais não? Qual era o critério para avaliar cada livro?
Esses tipos de perguntas não foram feitas pela igreja primitiva no início de sua caminhada. Livros como o Pastor de Hermas, 1ª Clemente, a Didaqué e outros eram lidos pela igreja primitiva. Mas as perguntas só começaram a ser feitas com o surgimento das heresias e das perseguições. Das heresias, pois para defender a fé os pais da igreja precisavam de uma “régua de medir” (Canôn). E as perseguições, pois por quais livros valia realmente morrer.
Com isso alguns critérios foram analisados para que um livro fosse considerado canônico. Os critérios eram:
A apostolicidade dos escritos – Os escritos deveriam vir de um apostolo de maneira direta (Evangelho de João, cartas paulinas), ou indireta (Evangelho de Marcos, que é por muitos o “Evangelho do Apostolo Pedro”, por ter sido um grande influenciador da vida de Marcos).
Conteúdo – O seu conteúdo deveria estar em conformidade com toda a narrativa da salvação. O seu conteúdo espiritual é confiável?
Utilidade nas comunidades – O escrito deveria ser aceito nas comunidades e as mesmas, deveriam testemunhar o valor profético desses livros.
Somente no início do quarto século um cânon começa a ser defino. Pois o imperador Constantino pede 50 cópias em grego dos livros aceitos pela igreja cristã a Eusébio de Cesareia.  Eusébio faz as cópias com os livros que conhecemos hoje, o único que foi copiado, mas em uma parte distinta dos outros foi o Apocalipse. Mesmo Eusébio não aceitando como inspirado, ele teve que se render ao testemunho das comunidades cristãs a respeito do livro. 



¹ MORETTI, Fernando. Massada, a fortaleza de Herodes, o grande. Revista Guia de História Especial, São Paulo, pags. 46-48.
² HALE, Broadus David. Introdução ao estudo no Novo Testamento. Pag. 223.
³ Idem, p. 19.
BIBLIOGRAFIA
·         GUNDRY, Robert H. Panorama do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2008.
·         HALE, Broadus David. Introdução ao estudo no Novo Testamento.

·         MORETTI, Fernando. Massada, a fortaleza de Herodes, o grande. Revista Guia de História Especial, São Paulo: Hagnos, 2001.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Parábola da mangueira

“Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta”.
Hebreus 12:1

Parábola da mangueira

    O pecado que nos envolve é como um parasita de certa mangueira. Havia uma mangueira em uma famosa praça. Ele era bela e formosa, a sua copa cobria um grande espaço, dando aos frequentadores uma sombra fresca, mesmo nos dias mais quentes. No seu período frutífero ela produzia mangas grandes e saborosas que todos saboreavam, desde o mais moço ao mais velho. Os seus frutos eram de uma quantidade tão grande que muitos frequentadores levavam para fazer diversos doces e sucos.
   Só que um dia essa mangueira foi contaminada por um pequeno parasita. Tão pequeno que os frequentadores não perceberam quando ele se alojou na árvore. Com o passar dos anos esse parasita foi crescendo e crescendo, e começou a afetar as qualidades da bela mangueira. Primeiro foi sua copa, que já não tinha muitas folhas para produzir a sombra que todos se aninhavam. Em segundo lugar foram seus frutos, que agora além de serem poucos, o seu sabor já não era tão doce como de outrora.
    Mas esse parasita não parou por aí. Com o passar dos anos ele foi crescendo e começou a envolver toda a mangueira. E conforme os anos passavam, mais forte ficava o parasita e mais a mangueira era aprisionada e consumida por seu hóspede. E isso, evoluiu de tal forma que a mangueira secou e só se via o parasita que a envolveu, num abraço mortal.
   O pecado que nos envolve é como um parasita. Ele chega sorrateiramente e vai envolvendo o seu hospedeiro de maneira gradual, silenciosa e mortal. Vai roubando seu vigor, suas qualidades e seu potencial, até que o seu hospedeiro não seja mais reconhecido por ninguém. Pois ele sucumbiu em um abraço mortal. 







Soli Deo gloria!

sábado, 5 de setembro de 2015

Estudo do livro de Malaquias


O nome Malaquias deriva do termo hebraico Malachi, que significa “o meu mensageiro”. Devido a esse significado do nome do profeta, muitos estudiosos acreditam que Malaquias não é um nome, mas sim a função do profeta. Mas eruditos como Stanley Ellisen e Raymond B. Dillard argumentam a favor de Malaquias ser um nome próprio. Segundo Dillard (2006, p. 418): “A leitura mais natural do sobrescrito relaciona Malaquias com o nome próprio de um profeta [...]”.
Porem, o que se sabe é que Malaquias, assim como sugere o seu nome, tinha uma mensagem de Deus para o seu povo. E que Malaquias foi o ultimo profeta do Antigo Testamento, encerrando assim as profecias de caráter inspiradas, até a vinda de outro mensageiro (que foi profetizado por Malaquias Ml 3.1) que prepararia a vinda do Messias.

Cenário Histórico

Datação e contexto

O livro do profeta Malaquias se enquadra em um período pós-exilico (persa). Mesmo não havendo no livro detalhes claros para a datação com exatidão, algumas pistas ajudam para uma datação aproximada. A primeira esta no termo pehâ, traduzido por governado é um termo comumente usado no período persa. A segunda pista esta na liturgia do povo. No corpo do livro é percebido que o templo já havia sido reconstruído e os sacrifícios e ritos litúrgicos relacionados ao templo já estavam em prática.
A maioria dos estudiosos definem a data de Malaquias entre 475 e 450 a.C., sendo contemporâneo de Esdras. Dillard fazendo uma análise do estudo de Kaiser aborta os seguintes problemas comuns a Malaquias e Neemias:
1.    Casamentos mistos (Ml 2.11-15; cf. Ne 13.23-27).
2.    Fracasso do dízimo (Ml 3.8-10; cf. Ne 13.10-14).
3.    Nenhuma preocupação em guardar o sábado (Ml 2.8-9; 4.4; cf. Ne 13.15-22).
4.    Sacerdotes corruptos (Ml 1.6-2.9; cf. Ne 13.7-9).
5.    Problemas sociais (Ml 3.5; cf. Ne 5.1-13).

Cenário politico/religioso

A Israel era uma pequena parte da quinta satrapia do império persa. Fazendo deles uma área explorada pelo império. O povo tinha que pagar altos tributos ao governo persa, o que levou o povo a uma grande descrença da prosperidade prometida por Ageu. Segundo o Manual Bíblico SBB (2010, p. 512), “É difícil não perder a esperança quando a espera é prolongada. O povo estava começando a duvidar das palavras dos profetas, a sentir que Deus se esquecera deles e os decepcionara”.
Todo esse cenário levou o povo a um culto frio e sem vida. O povo levava animais impuros ao templo e os sacerdotes ofereciam em sacrifício a Deus (1.7s), o que era estritamente proibido (Lv 22.20-25; Dt 15.21). Os dízimos e as ofertas não eram observados de maneira correta (3.8-9). E isso, provavelmente, gerou sacerdotes corruptos (1.6-2.9). Pois se o dizimo e as ofertas eram para o sustento dos levitas (Lv 27.30; Nm 18.21) e estes estavam em falta ou sem a devida perfeição, os sacerdotes aceitam qualquer coisa para o seu sustento e enriquecimento.
E se as coisas basilares da fé judaica são ignoradas, as demais também serão. Levando o povo a uma espiral descendente moral, social e espiritualmente. Coisas como: casamentos mistos (2.11-15), nenhuma preocupação em guardar o sábado (2.8-9; 4.4) e problemas sociais (3.5), foram outros problemas encontrados pelo profeta Malaquias.

Mensagem Teológica

Além de chamar a atenção do povo para os pecados supracitados e chama-los ao arrependimento. Outros dois pontos importantíssimos são abordados pelo profeta, o amor de Deus (1.2) e a vinda do mensageiro que prepararia a vinda do Messias (3.1-6; 4.5-6).

O amor de Deus

O verso 2 do primeiro capitulo do livro de Malaquias anuncia o amor de Deus da seguinte maneira: "Eu sempre os amei". Uma bela verdade sobre a pessoa de Deus. A primeira coisa que essa pequeno trecho nos ensina é o amor imutável de Deus.
O povo devido as circunstâncias havia se esquecido do amor eterno de Deus (Jr 31.3). O amor de Deus não cessou em momento nenhum da história. Nem no Egito, nem no deserto, nem no cativeiro, em nenhuma circunstância faltou o amor de Deus ao seu povo. O povo podia até não estar percebendo como esse amor se manifestava ("Mas vocês perguntam: ‘De que maneira nos amaste? ’” Ml 1.2), mas Deus não deixou de ama-los.
A segunda verdade expressa nesse texto é que o amor de Deus é imerecido. O povo que essa declaração foi destinada de maneira direta, era um povo que vivia na prática do pecado. A Lei mosaica estava sendo quebrada em vários pontos (sacrifícios, casamento, divorcio, etc). Mas mesmo diante disso Deus declara ao seu povo que o ama sempre. Não é o que fazemos ou o que somos que faz Deus nos amar. Como diz Lopes (2006, p. 21), “Deus não nos amou por causa das virtudes que viu em nós (Os 11.1). A causa do amor de Deus está Nele mesmo e não em nós”. Porque Deus é amor (1Jo 4.8).
Mas esse amor também se tipifica na figura de um amor paterno, "O filho honra seu pai, e o servo o seu senhor. Se eu sou pai, onde está a honra que me é devida?” (1.6). Deus se apresenta como um pai que ama, um pai que zela. Mas um pai que não é honrado, um pai esquecido pelos seus filhos. Deus tratou Israel com um filho amado. Da seguinte forma Lopes apresenta o amor paterno de Deus(2006, p. 33), “Desde o início, Deus tratou Israel como um filho amado, tirando-o do Egito, dando-lhe uma herança, proteção, revelação sobrenatural e missão especial”. Mas todo esse amor paterno não estava sendo reconhecido e reciprocado pelo seu filho Israel.

O mensageiro de Deus

Malaquias era um mensageiro de Deus para falar ao povo de Israel, mas Deus enviaria outro mensageiro. Um mensageiro que prepararia um caminho para a vinda de Deus (3.1). Esse mensageiro viria purificar o povo, “antes do grande e terrível dia do Senhor” (4.5). A vinda desse mensageiro não seria agradável, pois ele colocaria a prova o coração dos homens. Ele viria demonstrar suas mais obras e chamar o povo ao arrependimento.
No evangelho de Marcos no capitulo 1, o evangelista demonstra como era o ministério de João Batista, o segundo Elias (Mt 17.10-13). Era chamando o povo ao arrependimento e abando dos pecados. E anunciando que viria depois dele alguém maior do ele. Alguém que ele não era digno de amarar as sandálias (Mc 1.7). Era o próprio Senhor que viria (o Senhor que vocês buscam virá para o seu templo. Malaquias 3:1).
Mas uma vez demonstra o seu eterno amor. Vindo ao mundo na pessoa de Jesus Cristo, para restaurar todas as coisas (Ap 21.1-4; cf. Ml 3.4). E livrar o seu povo de seu maior cativeiro, o pecado.
BIBLIOGRAFIA
·         DILLARD, Raymond B. Introdução ao Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2006.
·         ELLISEN, Stanley A. Conheça melhor o Antigo Testamento: um guia com esboços e gráficos dos primeiros 39 livros da Bíblia. 2. Ed. rev. e atual. São Paulo: Editora Vida, 2007.
·         LOPES, Hernandes Dias. Malaquias: a igreja no tribunal de Deus. São Paulo, SP: Hagnos, 2006.
·         MANUAL BÍBLICO SBB. Tradução de Lailah de Noronha. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil. 2ª ed. revisada, 2010.
·         RYRIE, Charles C. A Bíblia Anotada: edição expandida. São Paulo: Mundo Cristão; Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2007.

  • //www.bibliaonline.com.br/nvi